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sexta-feira, 8 de maio de 2009
Descoberta abre luz ao tratamento de alzheimer .
Equipa de investigadores do MIT conseguiu que ratos induzidos a perder um número significativo de células cerebrais recuperassem capacidades cognitivas,depois de sujeitos aos inibidores de HDAC. O próximo passo é desenvolver e testá-los em doenças humanas associadas a problemas de memória para tratar doenças neurodegenerativas, como Alzheimer.
Uma equipa de investigadores do Instituto Picower para a Aprendizagem e Memória, do prestigiado MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), conseguiu que ratos com sintomas semelhantes à Alzheimer recuperassem memórias de longo prazo e a capacidade de aprendizagem, noticiou a revista Nature.
Os cientistas usaram substâncias para estimular a função de um gene - também por eles recentemente identificado - que está relacionado com a formação da memória no cérebro. O sucesso da experiência pode contribuir para o desenvolvimento de futuros tratamentos para seres humanos afectados pela doença mas isso "poderá demorar uma década ou mais", assinalou Li-Huei Tsai, professora de Neurociência no Instituto Picower e chefe da equipa.
Segundo o artigo da Nature, descobriu-se que substâncias que actuam sobre o gene HDAC2 revertem os efeitos da doença e estimulam a função cognitiva em ratos. O gene ligado à Alzheimer, e sobre o qual a substância actua, regula a expressão de vários genes implicados na capacidade do cérebro de mudar em resposta a experiências e na formação da memória, explica ainda a investigadora, acrescentando que "inibidores HDAC estão em fase experimental e não foram usados para tratar Alzheimer ou demência". No entanto, sabe-se agora que "a inibição do HDAC2 tem o potencial de estimular a formação da memória", congratula-se Li-Huei Tsai. O próximo passo é desenvolver novos inibidores HDAC2 e testá-los em doenças humanas associadas a problemas de memória para tratar de doenças neurodegenerativas, mas estes tratamentos deverão demorar anos a desenvolver.
Estes medicamentos reformulam a estrutura do DNA que sustenta e controla a expressão de genes no cérebro, pode ler-se ainda na secção de Ciência da BBC, que cita a Nature. Estas substâncias são actualmente testadas para o tratamento da doença de Huntington - uma doença hereditária que resulta da morte dos neurónios, diminuindo a capacidade intelectual e provocando mudanças no comportamento. Também já são usadas no tratamento de alguns tipos de cancro e "vários inibidores HDAC estão actualmente em ensaios clínicos como novos agentes anticancerígenos e podem ser fonte de esperança na cura de outras doenças nos próximos dois a quatro anos", afirmou ainda Tsai, que é também investigadora no Instituto Médico Howard Hughes.
Os investigadores conduziram tarefas de aprendizagem e memória com ratos transgénicos que foram induzidos a perder um número significativo de células cerebrais. À semelhança da atrofia cerebral causada pela Alzheimer, não conseguiam lembrar-se das tarefas que aprenderam, mas depois de sujeitos aos inibidores de HDAC recuperaram a memória de longo prazo e a capacidade de aprender novas tarefas. Todos os ratos geneticamente modificados para não produzirem HDAC2 começaram a formar memórias.
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