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sábado, 16 de maio de 2009
Conjuntivite sob controle.
O que é conjuntivite?
Os olhos ficam vermelhos, coçam, lacrimejam. A pálpebras incham. Parece que entraram ciscos nos olhos. A luz passa a incomodar. Quem nunca passou por esse incômodo? Os sintomas são de uma das doenças oculares mais comuns: a conjuntivite – inflamação da conjuntiva, membrana fina e transparente que recobre a parte da frente dos olhos e o interior das pálpebras, responsável por proteger e lubrificar esse órgão tão delicado.
A doença pode ser infecciosa – causada por vírus, bactérias, fungos ou protozoários – ou então não-infecciosa, provocada por alergias e por produtos químicos. Os sinais de desconforto variam de uma pessoa para outra, mesmo porque existem vários tipos de conjuntivite. Embora o problema possa parecer simples, é necessário consultar um especialista. “As pessoas utilizam colírios por conta própria. Mas como é remédio, deve ser usado só com indicação médica”, enfatiza o dr. Adriano Biondi, oftalmologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
De olho nos tipos
Conjuntivite viral: são 11 sorotipos, que representam cerca de 90% das inflamações detectadas. A mais comum é causada pelo adenovírus, que atinge geralmente pessoas entre 20 e 40 anos e tem grandes possibilidades de contágio. Como é viral, não há tratamento direcionado. O que se faz é combater os sintomas com compressas frias, colírios antiinflamatórios, recomendados por um oftalmologista. Há também a inflamação causada por herpes: é grave, pois pode trazer danos à córnea. O problema é que tanto essa quanto a causada por adenovírus apresentam sintomas semelhantes. Os olhos ficam vermelhos e há bastante lacrimejamento. Também pode estar associada à febre, faringite e mal-estar.
Conjuntivite bacteriana: em geral é mais grave que a viral, com secreção purulenta. Um exemplo é a conjuntivite neonatal. Ao nascer via parto normal, o bebê adquire a inflamação se a mãe tiver alguma bactéria, por exemplo, causadora da gonorréia, no canal vaginal. Se não for tratada de maneira eficaz, pode resultar em perfuração da córnea. Para obter o diagnóstico, a secreção é analisada. O tratamento é feito com pomadas e colírios antibióticos e antibióticoterapia sistêmica em casos mais severos.
Conjuntivite alérgica: os mais afetados são os pré-adolescentes e pessoas que sofrem com alergia a pó e perfumes. Quanto mais rápido for feito o tratamento, melhor. Recomenda-se o uso de colírios antialérgicos, porque a irritação e a coceira excessiva podem resultar em pequenas cicatrizes nas córneas.
Conjuntivite química: ocorre quando os olhos têm contato com produtos como cloro, spray, sabonete, fumaça de cigarro. Assim como ocorre na inflamação causada por alergia, o tratamento é feito com o uso de colírios.
Ceratoconjuntivite “Sicca”: conhecida também como doença dos olhos secos. É ocasionada pela diminuição da produção da lágrima. Os principais sinais são secura nos olhos e vermelhidão. Pode ser causada por inflamações, reposição hormonal, distúrbios hereditários, entre outros. Quando o quadro está avançado, sente-se dificuldade em movimentar as pálpebras, incômodo com a luz e secreção excessiva. Isso ocorre porque na lágrima existem três camadas: a protéica, a aquosa e a lipídica. Quando a doença se propaga, há um desequilíbrio entre as três, o olho resseca e o organismo responde – com a produção de muco – à desproporção entre as camadas. O tratamento depende da causa e pode ser feito de diversas formas, dos colírios ao uso de lágrima artificial.
Cuidados simples
Pequenas atitudes tomadas no dia-a-dia, quando se está com a doença, evitam o contágio. Lave sempre o rosto e as mãos; não compartilhe toalhas e troque-as com freqüência, se possível utilize toalhas de papel; ao usar pomadas e colírios, também higienize as mãos; não compartilhe maquiagens, esponjas ou qualquer produto de beleza; evite coçar os olhos; não fique em aglomerações nas piscinas – há grande chance de transmitir às outras pessoas; não fique exposto a agentes químicos. Caso o problema realmente seja a conjuntivite, troque as lentes de contato por óculos até estar curado, pois é um corpo estranho.
Em todos os casos, são indicados colírios, compressas frias, uso de água gelada ou soro fisiológico para aliviar a coceira. Tudo isso sempre com acompanhamento médico. Uma boa dica é o uso de óculos escuros, que ajudam no caso de incômodo com a luz. Normalmente, o desconforto dura até duas semanas. Adotando essas simples atitudes, recorrendo ao oftalmologista em qualquer caso de suspeita de conjuntivite, os olhos preservam sua função e ficam saudáveis. “Caso contrário, as conseqüências podem levar até ao transplante de córneas no caso do vírus do herpes, por exemplo, ou à diminuição da visão”, conclui o dr. Biondi.
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