O príncipe Charles, que criou um fundo para a preservação das florestas, busca o inusitado apoio do papa Bento XVI para ampliar sua luta contra o aquecimento global.
A preocupação com o meio ambiente está unindo duas figuras políticas de extrema importância, mas que nunca foram aliados naturais – o Papa Bento XVI, chefe da Igreja Católica, e o príncipe Charles, herdeiro da coroa britânica. Na segunda-feira (27), Charles visitou o Vaticano ao lado da mulher, Camilla Parker-Bowles, a duquesa da Cornualha, para falar sobre seus projetos contra o aquecimento global.
De acordo com o jornal britânico The Independent, o conteúdo da conversa entre os líderes não foi divulgado, mas há informações que o meio ambiente foi o assunto que dominou o diálogo. O jornal lembra que o Vaticano anunciou na semana passada um projeto de € 500 milhões para colocar painéis de energia solar no teto da galeria Santa Maria, como os que já existem no Salão Paulo VI. Além disso, há dois anos a Igreja iniciou o plantio de árvores em terrenos doados por fiéis na Hungria para neutralizar as emissões de carbono do Vaticano.
Essa postura da Igreja Católica entra em ressonância com o que o príncipe Charles defende há muito tempo. Por anos ele foi um entusiasta da preservação das florestas, uma preocupação que se torna cada vez maior nos dias de hoje. Em recente visita ao Brasil, ele manifestou a vontade de ajudar financiar a preservação da Floresta Amazônica por meio de fundo internacional de conservação, que tem a floresta brasileira como prioridade.
Ao longo do tempo, o relacionamento entre a Igreja Católica e a realeza britânica – conturbado pelo menos desde o século 16, quando o rei Henrique VIII rompeu com o papado dando origem à Igreja Anglicana – melhorou. A visita de Charles tem uma clara intenção de buscar apoio político para a defesa do meio ambiente e, ao que parece, a urgência das mudanças climáticas fará aliados dois velhos rivais.
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