quinta-feira, 7 de maio de 2009

Chove muito na cidade de Belo Jardim.




07/05/2009
Rio sobe e inunda centro de Belo Jardim
50 famílias ficaram desabrigadas, sendo levadas para prédio da Secretaria de Ação Social.

BARRAGEM privada transbordou ajudando as águas a avançarem sobre as casas.

Bastaram duas horas de chuva forte para que o volume do rio Bitury subisse um metro acima do normal, alagando residências localizadas no centro de Belo Jardim, no Agreste pernambucano. O resultado foi 120 pessoas desabrigadas. O susto aconteceu na madrugada de ontem quando o sono das 50 famílias virou um pesadelo. O local mais atingido pelas águas foi a Travessa Coronel João Leite. Com a velocidade da água que subia sem parar, os moradores não tiveram tempo de retirar nenhum objeto, deixando para trás tudo que construíram ao longo de suas vidas. A causa do transtorno foi o transbordamento da barragem Paulo Guerra. Localizada entre os municípios de Sanharó e Belo Jardim, a barragem fica em uma propriedade privada e tem capacidade para 200 mil metros cúbicos. Durante a enxurrada foi grande a precipitação pluviométrica na cabeceira da barragem que não havia sangrado há pelo menos cinco anos.


“Cheguei a pensar que ia morrer de tão rápido que a água subiu e não foi fácil salvar todos os meus filhos”, revelou ainda assustada a dona de casa Maria Ferreira da Silva, de 44 anos, mãe de sete filhos entre 11 meses e 14 anos. O marido dela, o desempregado José Genilson nem bem passou o susto e já pensa no amanhã. “Não sei como sustentar minha família, já que a única coisa que tinha perdi com a inundação”, lamentou referindo-se ao único jumento da família que ele utilizava em uma carroça para coletar lixo na cidade.


Ainda na madrugada, os desabrigados foram levados para a Secretaria de Desenvolvimento e Ação Social, no mesmo prédio em que funciona a Escola do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), que suspendeu as aulas ontem para 812 crianças e adolescentes. De acordo com a assessora da secretaria, Gilcélia Santos, a prefeitura providenciou um local para que os desabrigados possam ficar até que os problemas seja solucionados. “Adquirimos colchões, lençóis e roupas para todas as famílias se sentirem bem no Centro de Arte”, disse, acrescentando que a solidariedade das pessoas tem ajudado muito neste momento difícil para os desabrigados. Um exemplo é o conselheiro tutelar Walter Santos, que desde que soube do ocorrido praticamente passa o tempo todo arrecadando alimentos no comércio local. “Graças a Deus não estamos tendo dificuldades em conseguir doações”, revelou com ar de satisfação.


Durante todo o dia de ontem não havia chovido, mas as casas continuavam alagadas sem oferecer nenhuma condição de alguém tentar voltar ao lar. Alguns moradores insistem em permanecer no local para evitar que seja levado o pouco que restou. “Mesmo com tudo debaixo d’água ainda temos receio de sermos roubados”, frisou o desempregado Joselito Antônio da Silva, de 35 anos.
E as chuvas continuam.

Fotos: Elen.

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