Meu doido coração aonde vais,No teu imenso anseio de liberdade?Toma cautela com a realidade;Meu pobre coração olha que cais!Deixa-te estar quietinho! Não amaisA doce quietação da soledade?Tuas lindas quimeras irreais,Não valem o prazer duma saudade!Tu chamas ao meu seio, negra prisão!Ai, vê lá bem, ó doido coração,Não te deslumbres o brilho do luar!...Não 'stendas tuas asas para o longe...Deixa-te estar quietinho, triste monge,Na paz da tua cela, a soluçar...
Autor: Florbela Espanca
Autor: Florbela Espanca
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