A história que se segue fala da vida de um homem. À semelhança de todos nós que habitamos o planeta, ele passou por alegrias e tristezas, por sucessos e decepções, por períodos de comunhão com o mundo e outros em que preferiu a reflexão solitária. Como tantos de seus irmãos brasileiros, ele galgou os degraus da vida com fé, amor, perseverança e trabalho árduo.
A diferença é que esse homem nasceu com um dom especial: ninguém como ele conhece tão bem a alma de seu povo. Na juventude, foi líder e bússola de sua geração. Na maturidade, tornou-se o melhor cronista da enorme, da inesgotável vocação de nos apaixonarmos, amarmos e vivermos o amor em toda a sua plenitude romântica.
Hoje, aos 65 anos, esse homem pode olhar para trás e apreciar as flores que plantou. São muitas, mais de 150 milhões -- uma no coração de cada brasileiro.
A diferença é que esse homem nasceu com um dom especial: ninguém como ele conhece tão bem a alma de seu povo. Na juventude, foi líder e bússola de sua geração. Na maturidade, tornou-se o melhor cronista da enorme, da inesgotável vocação de nos apaixonarmos, amarmos e vivermos o amor em toda a sua plenitude romântica.
Hoje, aos 65 anos, esse homem pode olhar para trás e apreciar as flores que plantou. São muitas, mais de 150 milhões -- uma no coração de cada brasileiro.
No outono de 1941, no dia 19 de abril, nascia em Cachoeiro de Itapemirim, pequena cidade no interior do Espírito Santo, o quarto filho do Sr. Robertino Braga e Dona Laura Moreira Braga. Naquele dia, Norma, Lauro e Carlos Alberto ganhavam mais um irmão, o caçula Roberto Carlos. ‘Seu’ Robertino era o relojoeiro da pacata cidade e Dona Laura, costureira . A família Braga morava no bairro do Recanto, numa casa modesta no alto de uma ladeira .
"Zunga" foi o apelido que Roberto recebeu ainda na infância. Era uma criança normal e alegre, que adorava descer de bicicleta a ladeira perto de sua casa, empinar pipa e jogar futebol. Acompanhado dos amigos, costumava banhar-se nas águas do Rio Itapemirim, onde, com o pai e os irmãos mais velhos, aprendeu a pescar. Com seis anos, Roberto foi matriculado no colégio de freiras Jesus Cristo Rei. Tempos depois, na Jovem Guarda, sua segunda professora do Cristo Rei, Irmã Fausta, lhe daria o medalhão que até hoje não tira do pescoço.
Roberto Carlos era uma criança calma e sonhadora, que passava horas ouvindo rádio, demonstrando muito interesse em música, aprendendo violão e piano -- a princípio com sua mãe e, depois, no Conservatório Musical de Cachoeiro .
Roberto Carlos gostava de cinema e era freqüentador assíduo das matinês de domingo, divertia-se com as comédias e filmes de aventura e emocionava-se com os romances .
Sua verdadeira paixão, no entanto, era a música. Seu primeiro ídolo era Bob Nelson, um artista brasileiro que vestia-se de caubói, cantava músicas "country" em português. Roberto gostava de cantar suas músicas.
Roberto tinha apenas nove anos quando, sua mãe, dona Laura, lhe sugeriu cantar na Rádio Cachoeiro de Itapemirim, prefixo ZYL-9, no programa matinal infantil de Jair Teixeira, apresentando naquele dia por Marques da Silva. Na primeira vez em que se apresentou, cantou o bolero "Amor y más amor", sucesso na voz de Fernando Borel. "Nunca fiquei tão nervoso na minha vida. As pernas tremiam. Eu pensava que isso fosse só uma força de expressão, porque até então não tinha sentido isso. Que coisa impressionante!" relembraria, anos depois. Roberto continuou comparecendo ao auditório da rádio todos os domingos.
Dona Laura arrumava o filho com roupas feitas por ela mesma. Roberto Carlos cantava e impressionava a todos com sua afinação e talento natural para a música. Assim, ainda na infância, a paixão pela música já estava em seu coração. Seus pais gostariam que ele fosse médico, mas em nenhum momento deixaram de incentivar a vocação do filho.
Roberto havia escolhido a música.
"Zunga" foi o apelido que Roberto recebeu ainda na infância. Era uma criança normal e alegre, que adorava descer de bicicleta a ladeira perto de sua casa, empinar pipa e jogar futebol. Acompanhado dos amigos, costumava banhar-se nas águas do Rio Itapemirim, onde, com o pai e os irmãos mais velhos, aprendeu a pescar. Com seis anos, Roberto foi matriculado no colégio de freiras Jesus Cristo Rei. Tempos depois, na Jovem Guarda, sua segunda professora do Cristo Rei, Irmã Fausta, lhe daria o medalhão que até hoje não tira do pescoço.
Roberto Carlos era uma criança calma e sonhadora, que passava horas ouvindo rádio, demonstrando muito interesse em música, aprendendo violão e piano -- a princípio com sua mãe e, depois, no Conservatório Musical de Cachoeiro .
Roberto Carlos gostava de cinema e era freqüentador assíduo das matinês de domingo, divertia-se com as comédias e filmes de aventura e emocionava-se com os romances .
Sua verdadeira paixão, no entanto, era a música. Seu primeiro ídolo era Bob Nelson, um artista brasileiro que vestia-se de caubói, cantava músicas "country" em português. Roberto gostava de cantar suas músicas.
Roberto tinha apenas nove anos quando, sua mãe, dona Laura, lhe sugeriu cantar na Rádio Cachoeiro de Itapemirim, prefixo ZYL-9, no programa matinal infantil de Jair Teixeira, apresentando naquele dia por Marques da Silva. Na primeira vez em que se apresentou, cantou o bolero "Amor y más amor", sucesso na voz de Fernando Borel. "Nunca fiquei tão nervoso na minha vida. As pernas tremiam. Eu pensava que isso fosse só uma força de expressão, porque até então não tinha sentido isso. Que coisa impressionante!" relembraria, anos depois. Roberto continuou comparecendo ao auditório da rádio todos os domingos.
Dona Laura arrumava o filho com roupas feitas por ela mesma. Roberto Carlos cantava e impressionava a todos com sua afinação e talento natural para a música. Assim, ainda na infância, a paixão pela música já estava em seu coração. Seus pais gostariam que ele fosse médico, mas em nenhum momento deixaram de incentivar a vocação do filho.
Roberto havia escolhido a música.
Nesse período de vida, o início da adolescência, qualquer menino do interior sonha em voar alto, conhecer o mundo, tentar a vida na cidade grande. Em janeiro de 1955, Roberto Carlos foi passar férias em Niterói na casa de sua tia Jovina, a Dindinha, com a intenção de se apresentar em alguns programas de rádio que davam oportunidade para novos cantores. Durante esta época, decidiu, com a aprovação de seus pais, continuar morando na rua São José, no bairro Fonseca, em Niterói, sendo matriculado no Colégio Brasil. Um ano depois, sua família se mudou para o Rio de Janeiro, estabelecendo-se no bairro de Lins de Vasconcellos.
Aos 15 anos, Roberto já tinha alguma noção de música por causa das aulas de piano e teoria musical que recebera em Cachoeiro de Itapemirim. Nos programas que freqüentava, gostava de cantar o repertório de Tito Madi e Dolores Duran, como todos os grandes sucessos da época.
Nesta mesma época, um verdadeiro sucesso surgiu nas lojas de discos de todo o mundo: o compacto contendo "Rock around the Clock" com Bill Halley e Seus Cometas. O ritmo era alucinante. Os instrumentos, tocados bem altos. O cantor parecia incitar a platéia à dança e à celebração. Logo em seguida, veio o sucesso de Elvis Presley, Little Richard, Gene Vincent e Chuck Berry que eram adorados pelos adolescentes.
Começava a era do rock.
Os jovens brasileiros, é claro, logo aderiram ao movimento. Celly Campello estoura em todas as rádios com "Estúpido Cupido". Surgem programas de rádio e TV voltados exclusivamente para o rock. "Os Brotos Comandam" é apresentado em São Paulo, na Rádio Bandeirantes, por Sérgio Galvão e no Rio de Janeiro, na Rádio Guanabara, por Carlos Imperial. Ainda na Rádio Bandeirantes paulistana, acontecia aos domingos o "Festival de Brotos", produzido por Enzo de Almeida Passos. Os domingos cariocas eram animados pelo "Alô Brotos", da Rádio Mayrink Veiga, apresentado pelo mesmo Jair de Taumaturgo que comandava, na TV Rio, o programa "Hoje é dia de Rock".
Nas escolas, os professores não sabiam como reagir à nova onda. Os jovens, finalmente, tinham a sua própria música. Na Escola Ultra, na Praça da Bandeira, durante os intervalos de aula, Roberto Carlos costumava ir à sala de música junto com amigos para tocar e cantar. Otávio III, na época assistente de Chiara de Garcia, produtor do programa Teletour da TV Tupi do Rio de Janeiro, gostou do que ouviu. Os dois então deram a Roberto a oportunidade de se apresentar na TV cantando "Tutti Frutti" .
Em 1957, levado por um colega da mesma escola, Arlênio Lívio, Roberto Carlos passou a freqüentar a turma que se encontrava na Rua do Matoso, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Lá conheceu Sebastião (Tim) Maia, Edson Trindade, José Roberto "China" e Wellington. E com Arlênio, Trindade e Wellington foi formado o conjunto vocal The Sputnicks. Roberto precisava da letra da música "Hound Dog" e alguém lembrou que um outro componente da turma colecionava tudo sobre Elvis Presley: Erasmo (Carlos) Esteves .
Nascido no dia 5 de Junho de 1941, carioca da Tijuca, desde cedo, Erasmo trabalhou duro. Foi office-boy, porteiro, recepcionista e vendedor, mas não se fixava nos empregos por muito tempo. A mãe de Erasmo, humilde, nunca pôde lhe dar grande conforto.
Ele e Roberto tornaram-se amigos. Erasmo tinha um violão, presente de seu avô, e muitas letras escritas num caderno. Ambos tinham uma grande afinidade musical. Diferenças e semelhanças os aproximavam . Se Erasmo não se adaptava à autoridade, queria gritar e explodir, a rebeldia levava Roberto a querer "pensar livremente", cantar de olhos fechados. Erasmo vinha do subúrbio carioca, do proletariado urbano e da luta diária pela sobrevivência. Roberto carregava o provincianismo e os sonhos de um jovem do interior.
Nesta mesma época, Edson Trindade sugeriu a Erasmo que, junto com Arlênio e China, formassem outro conjunto vocal: The Snakes. Roberto Carlos passou a se apresentar em clubes e festas e também com o grupo. Carlos Imperial comandava na televisão o "Clube do Rock", um quadro de 15 minutos dentro do programa "Meio Dia", de Jaci Campos, na TV Tupi, apresentando apenas artistas que tocavam o "ritmo do momento". Roberto Carlos apresentou-se algumas vezes neste programa . Imperial apresentou-o como o "Elvis brasileiro" e Roberto cantava sucessos como "Tutti Frutti", "Teddy Bear" e outros mais.
Roberto Carlos passou a conviver intensamente com o rock.
Aos 15 anos, Roberto já tinha alguma noção de música por causa das aulas de piano e teoria musical que recebera em Cachoeiro de Itapemirim. Nos programas que freqüentava, gostava de cantar o repertório de Tito Madi e Dolores Duran, como todos os grandes sucessos da época.
Nesta mesma época, um verdadeiro sucesso surgiu nas lojas de discos de todo o mundo: o compacto contendo "Rock around the Clock" com Bill Halley e Seus Cometas. O ritmo era alucinante. Os instrumentos, tocados bem altos. O cantor parecia incitar a platéia à dança e à celebração. Logo em seguida, veio o sucesso de Elvis Presley, Little Richard, Gene Vincent e Chuck Berry que eram adorados pelos adolescentes.
Começava a era do rock.
Os jovens brasileiros, é claro, logo aderiram ao movimento. Celly Campello estoura em todas as rádios com "Estúpido Cupido". Surgem programas de rádio e TV voltados exclusivamente para o rock. "Os Brotos Comandam" é apresentado em São Paulo, na Rádio Bandeirantes, por Sérgio Galvão e no Rio de Janeiro, na Rádio Guanabara, por Carlos Imperial. Ainda na Rádio Bandeirantes paulistana, acontecia aos domingos o "Festival de Brotos", produzido por Enzo de Almeida Passos. Os domingos cariocas eram animados pelo "Alô Brotos", da Rádio Mayrink Veiga, apresentado pelo mesmo Jair de Taumaturgo que comandava, na TV Rio, o programa "Hoje é dia de Rock".
Nas escolas, os professores não sabiam como reagir à nova onda. Os jovens, finalmente, tinham a sua própria música. Na Escola Ultra, na Praça da Bandeira, durante os intervalos de aula, Roberto Carlos costumava ir à sala de música junto com amigos para tocar e cantar. Otávio III, na época assistente de Chiara de Garcia, produtor do programa Teletour da TV Tupi do Rio de Janeiro, gostou do que ouviu. Os dois então deram a Roberto a oportunidade de se apresentar na TV cantando "Tutti Frutti" .
Em 1957, levado por um colega da mesma escola, Arlênio Lívio, Roberto Carlos passou a freqüentar a turma que se encontrava na Rua do Matoso, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Lá conheceu Sebastião (Tim) Maia, Edson Trindade, José Roberto "China" e Wellington. E com Arlênio, Trindade e Wellington foi formado o conjunto vocal The Sputnicks. Roberto precisava da letra da música "Hound Dog" e alguém lembrou que um outro componente da turma colecionava tudo sobre Elvis Presley: Erasmo (Carlos) Esteves .
Nascido no dia 5 de Junho de 1941, carioca da Tijuca, desde cedo, Erasmo trabalhou duro. Foi office-boy, porteiro, recepcionista e vendedor, mas não se fixava nos empregos por muito tempo. A mãe de Erasmo, humilde, nunca pôde lhe dar grande conforto.
Ele e Roberto tornaram-se amigos. Erasmo tinha um violão, presente de seu avô, e muitas letras escritas num caderno. Ambos tinham uma grande afinidade musical. Diferenças e semelhanças os aproximavam . Se Erasmo não se adaptava à autoridade, queria gritar e explodir, a rebeldia levava Roberto a querer "pensar livremente", cantar de olhos fechados. Erasmo vinha do subúrbio carioca, do proletariado urbano e da luta diária pela sobrevivência. Roberto carregava o provincianismo e os sonhos de um jovem do interior.
Nesta mesma época, Edson Trindade sugeriu a Erasmo que, junto com Arlênio e China, formassem outro conjunto vocal: The Snakes. Roberto Carlos passou a se apresentar em clubes e festas e também com o grupo. Carlos Imperial comandava na televisão o "Clube do Rock", um quadro de 15 minutos dentro do programa "Meio Dia", de Jaci Campos, na TV Tupi, apresentando apenas artistas que tocavam o "ritmo do momento". Roberto Carlos apresentou-se algumas vezes neste programa . Imperial apresentou-o como o "Elvis brasileiro" e Roberto cantava sucessos como "Tutti Frutti", "Teddy Bear" e outros mais.
Roberto Carlos passou a conviver intensamente com o rock.
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