MILÃO (Reuters) - Especialistas começaram a desencadernar o Códice Atlântico de Leonardo da Vinci, que tem 12 volumes, numa iniciativa que, afirmam, vai ajudar a preservar a maior coleção de desenhos e pinturas do mestre italiano e permitir que algumas páginas sejam expostas ao público.
Algumas folhas do Códice, que expõe as idéias de Da Vinci sobre geometria, natureza, armas, anatomia e outros temas, serão expostas em setembro na igreja de Milão que abriga seu afresco "A Última Ceia".
O Códice Atlântico fica guardado na Biblioteca Ambrosiana, em Milão.
"Existem cerca de 2.000 desenhos (no Códice), e, pelo fato de estarem em 12 volumes, eles não estavam visíveis", disse o padre Franco Buzzi, da Biblioteca Ambrosiana, em coletiva de imprensa na segunda-feira.
"Agora estamos passando da invisibilidade para a possibilidade de ver as obras."
O Códice é composto de 1.119 folhas e foi montado originalmente no século 16 pelo escultor Pompeo Leoni.
Um projeto de restauração realizado entre 1968 e 1972 dividiu o Códice em 12 partes, numa tentativa de ajudar a preservá-lo.
O processo de desencadernação foi precedido por uma consulta com as autoridades relevantes e especialistas internacionais, disse a Biblioteca Ambrosiana, segundo a qual isso vai permitir uma conservação melhor da obra.
A Biblioteca ainda não determinou quais páginas serão expostas na igreja Santa Maria delle Grazie, que abriga o mural "A Santa Ceia". Buzzi disse à Reuters que provavelmente serão expostas entre 20 e 40 páginas. Maiores informações devem ser divulgadas em junho.
A biblioteca disse que também haverá exposições temporárias das folhas no exterior.
Cerca de 500 anos após a morte de Leonardo Da Vinci, sua obra continua a fascinar o mundo.
No mês passado, peritos italianos anunciaram que um esboço que durante cinco séculos foi obscurecido por texto manuscrito em um dos cadernos de Da Vinci pode ser um autorretrato do artista quando jovem.
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