O ciúme
nunca deixa de estar na moda. Está nas novelas, nos filmes de Hollywood, nas
relações amorosas, é tema de livros e de debates calorosos. As pessoas defendem
que deve haver limites para os ciúmes no relacionamento. Como dizia a música da
banda Ultraje a Rigor, todo mundo quer levar uma vida moderninha, mas, no
fundo, se morde de ciúme. Dá para saber quando o ciúme vai ser o veneno da
relação?
"A partir do momento em que a pessoa sente-se ameaçada pelo
sentimento de desconforto, necessidade de vingança, ódio, raiva ou depressão, o
ciúme vira doença”, explica a psicanalista Taty Ades, autora dos livros “Hades
– Os homens que amavam demais” e “Escravas de Eros – Como reerguer sua
autoestima”, ambos da Editora Isis. Há, sim, um limite para este sentimento.
Um ciúme saudável pode até revigorar um relacionamento, mas o
limite está na intensidade. Este deve ser o termômetro: "O excesso de
ciúme e medo de traição ou perda significa que o limite está ultrapassado e o
ciúme está patológico e deve ser tratado”, esclarece a psicanalista.
Elas
mais ciumentas que eles?
Existe aquele mito de que são as mulheres as mais ciumentas da
relação e que os homens são mais acomodados. Para a psicanalista, isso não é
verdade. As mulheres apenas demonstram mais seus sentimentos e, por isso, são
mais impulsivas. Já eles são capazes de esconder este sentimento por anos,
ainda que estejam sentindo o ciúme da mesma forma.
E quando o ciúme típico de uma relação ultrapassa o bom senso e
começa a virar patologia? Segundo Taty Ades, o ciúme patológico é aquele onde o
outro se torna o centro da vida da pessoa. Dessa forma, os pensamentos são
paranóicos e há a ideia fixa de descobrir uma traição real ou imaginária.
“Na verdade, essa pessoa estará sempre refém de seu ciúme e a
vida particular dela não existirá mais. Sua única motivação será apenas o
objeto amado e as descobertas de traição que podem ser encontradas. Nesse
processo, o indivíduo se torna refém de seu próprio sentimento, sofre de forma
exagerada e faz o outro sofrer”, explica.
Outra forma de ciúme comum hoje é o virtual. Fuçar as redes
sociais dele, por exemplo. Para a psicanalista, o ciúme virtual pode ser
tão nocivo quanto o "real", uma vez que vivemos numa época onde o
universo online está se tornando referência para encontros românticos, sites
pornográficos ou novas conquistas.
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