O psicopata não é um serial
killer, apesar de muitos confundirem, um serial killers mata porque gosta de
matar, é um instinto assassino. Já psicopata, é um desvio de personalidade da
pessoa por isto pode ser tratada.Veja: O termo “psicopata” caiu na
boca do povo, embora na maioria das vezes seja usado de forma equivocada. Na
verdade, poucos transtornos são tão incompreendidos quanto a personalidade
psicopática. Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano
Hervey M. Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num
conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Encantadoras
à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas
como “normais” pelos que as conhecem superficialmente. No entanto, costumam ser
egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com freqüência adotam
comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo fato de se
divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos
relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm
desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente
aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos Não é de surpreender,
portanto, que haja um grande número de psicopatas nas prisões. Estudos indicam
que cerca de 25% dos prisioneiros americanos se enquadram nos critérios
diagnósticos para psicopatia. No entanto, as pesquisas sugerem também que uma
quantidade considerável dessas pessoas está livre. Alguns pesquisadores
acreditam que muitos sejam bem-sucedidos profissionalmente e ocupem posições de
destaque na política, nos negócios ou nas artes. Especialistas garantem que a
maioria dos psicopatas é homem, mas os motivos para esta desproporção entre os
sexos são desconhecidos. A freqüência na população é aparentemente a mesma no
Ocidente e no Oriente, inclusive em culturas menos expostas às mídias modernas.
Em um estudo de 1976 a antropóloga americana Jane M. Murphy, na época na
Universidade Harvard, analisou um grupo indígena, conhecido como inuíte, que
vive no norte do Canadá, próximo ao estreito de Bering. Falantes do yupik, eles
usam o termo kunlangeta para descrever “um homem que mente de forma contumaz,
trapaceia e rouba coisas e (...) se aproveita sexualmente de muitas mulheres;
alguém que não se presta a reprimendas e é sempre trazido aos anciãos para ser
punido”. Quando Murphy perguntou a um inuit o que o grupo normalmente faria com
um kunlangeta, ele respondeu: “Alguém o empurraria para a morte quando ninguém
estivesse olhando”. O instrumento mais usado entre os especialistas para
diagnosticar a psicopatia é o teste Psychopathy checklist-revised (PCL-R),
desenvolvido pelo psicólogo canadense Robert D. Hare, da Universidade da Colúmbia
Britânica. O método inclui uma entrevista padronizada com os pacientes e o
levantamento do seu histórico pessoal, inclusive dos antecedentes criminais. O
PCL-R revela três grandes grupos de características que geralmente aparecem
sobrepostas, mas podem ser analisadas separadamente: deficiências de caráter
(como sentimento de superioridade e megalomania), ausência de culpa ou empatia
e comportamentos impulsivos ou criminosos (incluindo promiscuidade sexual e
prática de furtos). Apesar das pesquisas realizadas nas últimas décadas, três
grandes equívocos sobre o conceito de psicopatia persistem entre os leigos. O
primeiro é a crença de que todos os psicopatas são violentos.Estudos
coordenados por diversos pesquisadores, entre eles o psicólogo americano Randall
T. Salekin, da Universidade do Alabama, indicam que, de fato, é comum que essas
pessoas recorram à violência física e sexual. Além disso, alguns serial killers
já acompanhados manifestavam muitos traços psicopáticos, como a capacidade de
encantar o interlocutor desprevenido e a total ausência de culpa e empatia. No
entanto, a maioria dos psicopatas não é violenta e grande parte das pessoas
violentas não é psicopata. Dias depois do incidente da Universidade Virginia
Tech, em 16 de abril de 2007, em que o estudante Seung-Hui Cho cometeu vários
assassinatos e depois se suicidou, muitos jornalistas descreveram o assassino
como “psicopata”. O rapaz, porém, exibia poucos traços de psicopatia. Quem o
conheceu descreveu o jovem como extremamente tímido e retraído. Infelizmente, a
quarta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais
(DSM-IV-TR) reforça ainda mais a confusão entre psicopatia e violência. Nele o
transtorno de personalidade anti-social (TPAS), caracterizado por longo
histórico de comportamento criminoso e muitas vezes agressivo, é considerado
sinônimo de psicopatia. Porém, comprovadamente há poucas coincidências
entre as duas condições. O segundo mito diz que todos os psicopatas sofrem de
psicose. Ao contrário dos casos de pessoas com transtornos psicóticos, em que é
freqüente a perda de contato com a realidade, os psicopatas são quase sempre
muito racionais. Eles sabem muito bem que suas ações imprudentes ou ilegais são
condenáveis pela sociedade, mas desconsideram tal fato com uma indiferença
assustadora. Além disso, os psicóticos raramente são psicopatas. O terceiro
equívoco em relação ao conceito de psicopatia está na suposição de que é um
problema sem tratamento. No seriado Família Soprano, dra. Melfi, a psiquiatra
que acompanha o mafioso Tony Soprano, encerra o tratamento psicoterápico porque
um colega a convence de que o paciente era um psicopata clássico e, portanto,
intratável. Diversos comportamentos de Tony, entretanto, como a lealdade à
família e o apego emocional a um grupo de patos que ocuparam a sua piscina,
tornam a decisão da terapeuta injustificável. Embora os psicopatas raramente se
sintam motivados para buscar tratamento, uma pesquisa feita pela psicóloga
Jennifer Skeem, da Universidade da Califórnia em Irvine, sugere que essas
pessoas podem se beneficiar da psicoterapia como qualquer outra. Mesmo que seja
muito difícil mudar comportamentos psicopatas, a terapia pode ajudar a pessoa a
respeitar regras sociais e prevenir atos criminosos.
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