O suplemento, que combina zinco e uma enzima que aumenta a sua absorção pelo organismo, foi testado em 72 pessoas submetidas às injecções para tratar rugas e espasmos musculares no rosto.Os médicos que desenvolveram o comprimido publicaram, em Abril, um pequeno estudo sobre os seus efeitos no Journal of Drugs in Dermatology.
Quem recebeu o suplemento de zinco feito pelos médicos, da Faculdade de Medicina Baylor, do Centro de Cancro MD Anderson, do Hospital Metodista e da Universidade Weill Cornell, todos no Estado do Texas, nos EUA, teve um aumento de 30% na duração do efeito da toxina. Em geral, as injecções agem por cerca de seis meses.
De acordo com a dermatologista Ana Paula Meski, que falou sobre o suplemento no simpósio realizado em São Paulo, a toxina botulínica precisa da presença de zinco nos músculos para fazer efeito.
A toxina interfere na comunicação entre nervos e músculos, causando paralisia. Uma das consequências disso é justamente a suavização das rugas de expressão.
Alguns alimentos, como ostras, peru e outros tipos de carnes, contêm zinco. Mas, noutros, como pão integral, há uma substância que reduz a sua absorção. Por isso os autores do estudo criaram um suplemento que combina o zinco com a fitase, enzima que facilita a absorção do nutriente.
Segundo Meski, ainda são necessários mais estudos para comprovar a eficácia do suplemento. Mesmo assim, ela já está a recomendar que os seus pacientes tomem um suplemento de zinco dias antes de se submeter à aplicação da toxina botulínica.
«O uso do comprimido deve ser feito sob orientação médica, porque ele pode causar efeitos colaterais, como problemas gástricos», diz.
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