Danilo Gentili. Como resumir o
destaque que esse profissional tem na TV e nas mídias sociais em apenas algumas
linhas? Foi difícil. Sucesso na TV e polêmico por seu jeitão sem papas na
língua, o apresentador da Band chama a atenção em qualquer coisa que diga.
Paulista de Santo André, na região
metropolitana de São Paulo, Gentili começou sua carreira artística um tanto
cedo, no stand-up. E, como ele mesmo diz, por um certo tipo de preguiça: “Minha
ideia de fazer stand-up veio da minha repulsa ao trabalho. Odeio trabalhar,
então pensei: ‘Vou virar comediante’. Nesse caminho acabei parando na TV. E
sabe lá Deus onde eu vou parar depois da TV”.
Em entrevista exclusiva , Danilo Gentili não deixou o humor e as piadas
de lado, não. Um tanto sério e profissional, o apresentador parecia estar em
seu programa “Agora É Tarde”, sem perder a piada.
Sobre a atração, que passou a ser
exibida diariamente este ano e faz sucesso na Band, o paulista ressaltou: “Todo
o meu esforço é para todo dia apresentar um programa que eu gostaria de
assistir”.
Nas próximas páginas, você confere a
entrevista na íntegra – onde Danilo Gentili fala sobre o crescimento do
stand-up no Brasil, as mídias sociais e as eleições para prefeitos no país,
sobre a internet, religião, vida amorosa e muito mais.
-
Primeiro, gostaria de saber como foi sua mudança do “CQC” para o “Agora É
Tarde”. Como foi o processo de criação do programa e as conversas para deixar o
programa encabeçado por Marcelo Tas?
DANILO GENTILI - Eu criei o programa
em 2009. Alguém muito ativo na criação do programa foi o cara que hoje chefia o
roteiro, o Alex. Conversamos constantemente sobre como queríamos fazer um
programa que também gostaríamos de assistir antes mesmo de apresentar a ideia
pra Band e consequentemente pra Eyeworks, que hoje produz.
Entrando no ar duas vezes por semana,
o “Agora É Tarde” foi bem aceito pelo público e pela Band. Logo, ele passou a
ser exibido diariamente. Ao que você atribui esse novo “passo”?
Acho que existe uma parcela
significativa do público que, pra minha sorte, assiste na TV o mesmo tipo de
coisa que eu gosto de ver, pois como eu disse anteriormente, todo meu esforço é
para todo dia apresentar um programa que eu gostaria de assistir.
Ninguém fala muito do seu início.
Nascido em Santo André, você cursou Publicidade e Propaganda. De onde veio o
gosto pelo humor e as ideias de formar um stand-up, ser apresentador?
É... Nasci em Santo André. Minha
ideia de fazer stand-up veio da minha repulsa ao trabalho. Eu odeio trabalhar
então pensei: vou virar comediante. Nesse caminho acabei parando na TV. E sabe lá
Deus onde eu vou parar depois da TV. É possível que no asilo dos artistas.
Espero que possa receber visita íntima lá. Estou juntando dinheiro pra isso...
[risos]
Sim! Ano passado eu estava em Los
Angeles nos estúdios da Fox e recebi um convite para me retirar [risos].
Com o lançamento do “CQC” no Brasil,
surgiu muita gente querendo fazer stand-up comedy. Qualquer pessoa quer ser
humorista. Você vê pontos positivos ou negativos nisso?
fazem a personalidade do elenco ser
mais forte do que um personagem criado, essa é essência do stand-up e se
encaixou perfeitamente no "CQC". Fico feliz quando muita gente quer
fazer stand-up. É sinal que o gênero está estabelecido. E quanto mais gente
faz, mais gente boa pode surgir, ainda que a maioria seja ruim e não vá longe.
Depois de estrear no “Agora É Tarde”,
você não faz mais alguns comentários “fortes” que fazia antes. Isso tudo é
cuidado por você ter outra postura na nova atração?
Sério? Eu acho na real que tenho dito
coisas que nem no "CQC" eu dizia. Não porque eu tento ser mais ameno
ou mais agressivo e sim porque a liberdade e o espaço que tenho hoje são ainda
maiores. Talvez pareçam menos "fortes" meus comentários no meu
programa porque ali, diferente de um Twitter onde é muito fácil tirar uma frase
isolada feita pra rir e torná-la uma ofensa, ela está dentro de um contexto
inegável de humor. No meu programa, cada comentário que faço é acompanhado do
meu tom de voz, expressão facial, reação da plateia e isso torna mais difícil
pra alguém "polemizar" uma frase que eu disse, porque o contexto
humorístico que a frase foi proferida é inegável.
Além de apresentador e humorista,
você também é empresário. Como surgiu a ideia de abrir o Comedians? Há
possibilidades de você ingressar em outros projetos como empreendedor?
Sim. Ano passado lancei com a
MonsterJuice um game chamado "O Mundo vs Danilo Gentili". Fico feliz
porque todo mundo que joga elogia e diz que está viciado. Penso em expandir esse
circuito de comedy club por aqui de alguma forma com o Italo [Gusso], meu
empresário. E eu tenho vendido alguns órgãos do meu corpo para laboratórios
farmacêuticos fazerem experiências. Eles pagam bem [risos]. Quando pequeno você
foi coroinha. Como você se relaciona com religião hoje em dia?
A internet ainda é um mistério que
oscila muito pra mim. Talvez ela não seja tão forte como dizem para algumas
coisas. Os assuntos mais comentados do Twitter sempre são as coisas que estão
passando na TV, o que talvez prove que ela não é a futura substituta da TV e
sim um veículo paralelo. E a molecada tem acesso a toda informação que quiser,
mas só pesquisa sobre o Justin Bieber. Eu, quando era moleque, não tinha acesso
a tanta informação, mas eu tinha boas referências de coisas que nem eram da
minha época, como a Scarlet O’Hara, de "E o Vento Levou", ou os
macaquinhos voadores do "Mágico de Oz". Falei outro dia do McFly no
Twitter e achavam que eu estava falando de uma banda. Nunca ouviram falar em
"De Volta para o Futuro".
Nunca ouvi você falando de sua vida
amorosa. Conta aí para gente: você namora, é casado, está ficando?
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