A leitora me pergunta: “por que homem odeia DR? Por que vocês
não falam, por que vocês não escutam, por que vocês não lutam, por que vocês
não discutem o relacionamento?”
Ah, moças. Eu sei por quê. Mas antes… antes quero dizer uma
coisa. E a coisa é: meninas, eu tenho um martelo! Reforma na casa, reforma no
espírito. E por isso hoje, sob um terremoto de barulho no ouvido, eu vou
martelar e esmigalhar um preconceito que o mundo feminino dirige ao planeta
masculino.
Sim, hoje falarei de DR. Hoje, aliás, farei até mais: hoje,
moças, hoje nós faremos uma DR aqui, olha só que beleza!
UM EXEMPLO NO TOPO
Meninas, meninas. Quando eu quero tocar os grandes assuntos, eu
escalo as maiores montanhas. Busco os exemplos mais altos. Vamos pensar na Kate,
no William.
Pensa que agora já deu tempo.
O casal real já transou na pia real. Já transou
diante do microondas real, atrás da cortina da sogra real, já transou na
poltroninha do avião real e pode ser que até na charrete real, à luz da lua, ao
som dos cavalos.
Dois meses, três meses, quatro meses, seis meses. Tempo
suficiente pra sair da lua de mel (sexo) e entrar na fase do dormir de
conchinha só por quinze minutos. Ah, moças… Anatomicamente, homem e mulher
foram feitos pra dormir a quinze metros de distância!
Pois é quando o homem abandona a conchinha diária, quando ele
assume que basta daquela câimbra horrenda, daquele braço dormente, daquele
torcicolo… Quando ele desiste de sofrer pelo romantismo cotidiano e impossível,
quando ele assume isso pro espelho, bem, quando tudo isso acontece, a lua de
mel acabou.
E que bom! Eterno paraíso é chato. A gente precisa de problemas.
TREMOR E BRONCA
Bom, dizia eu que a aritmética do casal recém formado muda
depois de uns meses. Começa a entrar na linda rotina. Voltemos ao nosso exemplo
monárquico: a estas alturas, aposto que William já andou roncando no sofá real,
de castigo, porque ignorou um apelo qualquer da Kate.
Com a gente também é assim. Porque quando o sexo abranda, quando
a televisão e a preguiça começam a sussurrar palavras mais altas, é aí que
começa a fase da DR. A fase que causa mais engulhos, suores e tremores nos
homens…
A SILENCIOSA DR DO HOMEM
Todo garota que conheço tem um caderninho de verdades. Nesse
caderninho, consta que mulher adora debater relacionamento. E que homem odeia o
troço.
Quer saber? Mentira! Homens não odeiam DR. A gente só faz
diferente! Macho é lento. Precisa de uns segundos a mais do que você pra dizer
algo. No fundo, homens amam, homens precisam discutir a relação. Não acredite
no cara que diz que não faz DR porque fazer DR é chato. Chato é, mas te juro
que ele também tem um ou dois milhões de coisas pra dizer a você. Sempre tem! A
gente só faz do nosso jeito, que é mais silencioso, que é mais picareta. Mas
faz. Quer ver?
COMO UM HOMEM FAZ DR?
- CIÚME: O ciúme masculino é o ensaio da DR. Quando ele encrespa com
aquele seu colega de firma, com o amigo da sua amiga, com o cara que te olhou
no bar, ele tá querendo dizer muitas coisas sem dizer (inclusive que tá com
ciúme!). Ciúme de homem, quando não é doentio, significa: você não presta
atenção em mim…
- MONOSSILÁBICO: Eu disse antes que homens morrem de medo de entrar numa
discussão dessas porque vocês dominam a arte! Pois é! Mulher sabe falar. Mulher
fala rápido. Mulher sabe falar e fala rápido! Acompanhar essa velocidade e
sabedoria é dureza. Bate medo de falar porcaria. Medo de ofender. Ser homem é
estar quase sempre a um espirro de soltar uma besteira definitiva, dessas que
causam fim de casamento. Um exemplo: tenho um amigo que, pressionado, erra os
nomes. Te juro! Quando ele chama a Fátima de Marcela, não existe Marcela no
coração dele. É só um nome que surgiu assim, do nada…
- BIRRA: Homem quando está num debate fervoroso com você grita sem
gritar. Ele faz bico, fica estúpido, calado, arredio. Se teu garoto anda agindo
assim, se ele tá estranho, pergunta e presta muita atenção. Ele provavelmente
diz, a cada olhar torto e grunhido, verdadeiros tratados contra algo que não
anda gostando.
Repito: a dica, moças, é prestar atenção nele. Homem tropeça na
hora de falar. Não são todos, mas é a maioria. Bronca feminina é algo que trava
o coração da gente. Lembra aquela professora que metia medo, lembra a mãe com a
sandália na mão. Entender a suprema deficiência verbal do macho é bonito, é
legal, é bacana. É fazer um carinho no mundo.
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