quinta-feira, 30 de abril de 2009

Instituto Butantan, em São Paulo, poderá desenvolver vacina.

O Instituto Butantan, em São Paulo, foi consultado informalmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a possibilidade de produzir uma vacina contra gripe suína. Segundo o diretor-presidente do Instituto Butantan, Isaías Raw, o medicamento levaria pelo menos seis meses para ser desenvolvido. O Butantan é um dos dez laboratórios do mundo que tem capacidade para produzir uma vacina contra a doença e o único na América Latina.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou nesta quarta-feira que há dois casos de suspeita de gripe suína no país, em São Paulo e Minas Gerais. Segundo o ministro, outras 36 pessoas estão sendo monitoradas. Ele disse que o país está preparado para enfrentar a doença.

De acordo com o diretor-presidente, a tecnologia para desenvolver a vacina já existe. O Butantan já vinha trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra a gripe aviária. O instituto também já desenvolveu a vacina contra a gripe comum, que está sendo aplicada em pessoas com mais de 60 anos.

"Já temos a tecnologia. A pesquisa para a produção da vacina contra a gripe aviária seria paralisada, já que o temor de uma pandemia diminuiu, para que os pesquisadores se dedicassem à pesquisa da imunização para gripe suína. Em qualquer lugar do mundo, essa vacina levaria pelo menos seis meses para ser desenvolvida", explicou o diretor-presidente do Butantan.

Segundo Raw, a vacina contra gripe suína seria aplicada em pessoas que tiveram contato com infectados pelo vírus, como pessoal de aeroporto, parentes de vítimas, tripulantes de avião.

"Seria uma vacina para conter a propagação da gripe suína. É diferente da vacinação que fazemos com os idosos, que é preventiva. Com isso, não seria necessário um grande número de doses", diz Raw.

Ele diz que a burocracia, entretanto, pode atrapalhar o início das pesquisas.

"Para receber amostras do vírus da gripe suína, ou qualquer material genético ou transgênico, precisamos de uma autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Isso poderia levar dois meses. Nesse caso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) poderia autorizar em regime de urgência a entrada das amostras de vírus para que as pesquisas comecem", diz Raw.

Taxistas de Cumbica usam máscaras

"Os 650 taxistas que trabalham no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, ganharam máscaras para se proteger do contágio da gripe suína. São Paulo tem um caso suspeito da doença. As máscaras também serão oferecidas aos passageiros do táxis".

"Desde que as notícias da gripe suína se ampliaram, ficamos preocupados, pois nossos motoristas têm contato direto com pessoas que viajam de todas as partes do mundo", explica Edmilson Americano, presidente da cooperativa Guarucoop.

Americano afirma que a cooperativa adquiriu 20 mil unidades, o que lhes custou R$ 2 mil

"Acho que estas 20 mil devem durar uns 15 dias, foi uma medida emergencial, mas estudamos comprar mais, talvez cheguemos a umas 100 mil máscaras", calcula o presidente da cooperativa.

"Como há muita informação desencontrada sobre a gripe suína, preferimos pecar pelo excesso de cautela, do que por qualquer tipo de omissão neste momento", diz ele.

Efeito colateral destes tempos de incerteza, as máscaras são oferecidas por funcionários da empresa aos passageiros que solicitam um táxi da cooperativa, no quiosque que funciona durante 24 horas no aeroporto.

Seria algum diferencial para atrair mais passageiros?

"Jamais, nosso objetivo é com a segurança dos nossos passageiros e funcionários. Apenas isso”, garante Americano, que tenta se recuperar de uma gripe (comum) há alguns dias.

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